domingo, 19 de outubro de 2008

Não é quando te tenho aqui que preciso de matar as saudades. É quando me falta o teu toque, a tua pele, o teu calor que penso em arrancar a angústia do peito e sossegar o coração na espera....
Meia celha de lágrimas.
Meio copo de água
Meio colher de açucar
Um quarto de sal
Meia colher de mágoa.
Meio coração desolado
Meia dor a angustiar.
Meio ser enganado
Numa mulher inteira a sucumbir.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

é complacente, mas a vida envelhece... a vida se enfada em mãos pálidas de vontades não afogadas... a vida extravasa suas mágoas no alvoroço do cotidiano morto... rasga planos, como se rasgasse a si... estilhaça sonhos, a tempo de pesadelos...a vida resmunga em cantos, um barulhinho que nos tornam surdos com o tempo.... é preciso sangue frio... um pouco de lágrima, um pouco de mágoa... e muita água de chuva... pra lavar a alma.. pra inundar... e salvar só o que vale... e poucas são as coisas que valem... além do necessário...do sóbrio...

lágrimas

vertem pela voz
sem rumo
ásperas
nó...
na garganta,
nas estranhas,
pó.

domingo, 5 de outubro de 2008

saudades
é estar presente na ausência
e vencer através do silêncio.
é aproximar-se na distância
e sentir quietude na alma,
dormindo nos braços da solidão...
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Silêncio

O silêncio guarda todas as posses
do murmúrio ao grito,
da folha caindo ao sismo
o silêncio grita numa imagem,
na multidão é invisível.

O silêncio incomoda.
Quando desperta na hora da cala
e adormece na hora da fala,
em sua eloquencia afônica.

Esconde se na reticência,
e fala na falsa entre-linha,
O que os olhos não veêm
e os ouvidos não ouvem.

Sempre haverá uma percepção,
Em resposta de quem cala,
Ilude, desilude, omite, difunde,
Em alucinante confusão.

O silêncio encontra-se nos extremos
ainda que benéfico ou infesto,
o silêncio, esse intangível
brada em nossa alma.
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sábado, 4 de outubro de 2008

Vida
Para JOY

Anseio a vida como um doente terminal .
Vivo com a pressa de quem não espera um amanhã.
Tumultuo o viver por não esperar o tempo
que a vida necessita para ser vivida .

Não consigo simplesmente viver
Busco sempre o novo, algo grandioso
algo antes nunca vivido
e simplesmente não vivo afinal,
não possuo a modéstia para viver um dia após o outro .

De forma assustadora eu vivo
não espero o tempo, para que se
adaptem a esta convivência.

Vivo grandes amores,
só não maiores pelo tumulto
desta minha louca forma de viver.

Vivo paixões avassaladoras,
mas, de forma unilateral
não espero que a pessoa se apaixone por mim.

Um dia não tumultuarei a vida
e simplesmente, viverei.
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